Ao longo do ano, os 140 jovens do Projete fizeram parte de 20 mentorias com diferentes temas, entre eles: educação financeira, empreendedorismo, empregabilidade, desenvolvimento profissional e cidadania. Ao fim dos ensinamentos e com a mente repleta de novos conteúdos e borbulhando novidades, colocaram em prática o que aprenderam, desenvolvendo projetos sociais. Onze deles foram realizados de 17 a 20 de outubro e colaboraram com centenas de pessoas. As atividades foram feitas em diferentes espaços e atingiram diversos públicos. Confira como foi cada uma e os resultados em prol da comunidade.
Ação de Amor
O projeto Ação de Amor foi realizado em pontos estratégicos do Centro de Ribeirão Preto, em 19 de outubro (sábado). O intuito foi o de analisar a reação das pessoas perante uma encenação de violência contra mulheres.
O grupo, composto por sete integrantes e quatro voluntários, fingiu agressões verbais e físicas de um homem para uma mulher. Os envolvidos eram atores em formação e em todas as atuações as pessoas reagiram, defendendo a integridade feminina. Logo após os diálogos, o público era avisado sobre a simulação e o time conversava e orientava as pessoas em cada situação/reação.
“Foram mais de quatro intervenções e os resultados foram surpreendentes. A maioria das reações partiu do público feminino, isso foi impressionante e inesperado para mim”, diz Amanda de Lucca Pimenta, 17 anos, integrante do grupo.
Ela ainda completa: “o projeto teve muito significado, pois é algo que acontece diariamente, em todos os lugares. A agressão física, psicológica e até financeira é presenciada todos os dias. Temos de aprender a falar sobre isso e a ajudar umas as outras”.
Dia do Empoderamento Feminino
O empoderamento feminino foi um dos assuntos da turma Amarela que promoveu um dia especial para abordar o tema. A programação começou com uma palestra da jornalista Fran Spadari, na ONG Casa da Mulher, dia 19/10 (sábado). A profissional falou sobre a capacidade e o poder da mulher no mercado de trabalho. A atividade também contou com desfile, maquiagens e coffee break.
“O Projete mudou a minha vida. Dizendo assim parece mentira por esse ser um programa de ‘empreendedorismo’, mas não é só isso. Aprendemos a viver e a enxergar novos horizontes. Conhecemos novas pessoas, empresas e, temos, acesso a essas companhias. Para a nossa idade é maravilhoso tanta novidade, pois se abrem muitas portas. Além disso, a ação de empoderamento foi muito especial porque eu, e todo mundo aqui, pôde soltar a voz, dizer o que pensa e, principalmente, ser acolhida. Até nós da equipe que promovemos a atividade fomos amparadas”, destaca a aluna Maria Júlia Silva do Santos, 17 anos.
Rotas de Empatia
O projeto Rotas de Empatia espalhou sentimentos e reflexões pelas ruas de Ribeirão Preto. Os alunos, divididos em turmas, percorreram linhas de ônibus com o intuito de levar mensagens de conforto aos passageiros, baseados na filosofia “gentileza gera gentileza”, no sábado (19/10). Na ocasião, foram discutidos três assuntos: ansiedade, violência contra a mulher e o preconceito entre as gerações.
Os ouvintes estiveram atentos aos jovens e alguns até compartilharam suas experiências pessoais. Para Pedro Amorim de Oliveira Junqueira, 17 anos, trabalhar em equipe acrescentou muito em sua trajetória: “da concepção do projeto ao planejamento e até a execução. Tudo foi muito importante. Os temas foram escolhidos em conjunto e consideramos que atingiriam grande parte da população”, explica. O jovem ainda destaca a abordagem do seu grupo “falamos sobre o preconceito entre gerações, algo pouco discutido mas que ocorre entre os jovens e os mais velhos, e vice-versa. Foi muito importante refletirmos sobre esse assunto”.
Caciele Cristina de Oliveira dos Reis, 16 anos, descreve a experiência: “em um ônibus coletivo transmitimos gentileza. Para chegar até aqui, aprendi muito sobre a violência contra a mulher. Pesquisei e descobri que existem muitas formas de agressão. O que mais me assustou foi o número de feminicídios. Temos de lutar para diminuirmos esses índices”, ressalta.
Abrace sua escola
Com o propósito de levar algo diferente aos alunos da Escola Estadual Professor Paulo Cesar Carniel Giovannetti foi desenvolvido o projeto Abrace sua escola. Em 19/10 (sábado), em um evento repleto de atrativos, os jovens proporcionaram momentos como de abraço, além de brincadeiras, música ao vivo e agradecimentos. A data agitou a unidade escolar. Tudo desenvolvido para que o espaço se transformasse em um local de aconchego e descontração.
Segundo Nathalia Christina, integrante do grupo, a ideia surgiu a partir da ação Setembro Amarelo, em virtude do alto índice de jovens depressivos e que enxergam a escola como um lugar chato. Pensamos em tornar o ambiente mais atraente, legal e divertido”, aponta.
“O principal ensinamento foi que, em equipe, conseguimos ir além. Também percebemos que uma conversa sadia pode mudar a rotina das pessoas”, observa Nathalia.
Para Nathalia, foi um dia incrível. “Conseguimos expor aquilo que queríamos transmitir as crianças que participaram de cada atividade. Até os professores da instituição fizeram parte. Cada um da equipe levou um pouco do aprendizado aos seus familiares”, finaliza.
Elo de gerações
Com o intuito de promover um encontro entre gerações para que seja amenizado o preconceito entre ambos, foi criado o “Elo de gerações” – um sarau na Praça XV, no Centro, em 19 de outubro.
O tema que definiu a iniciativa foi: “a geração conservadora de hoje, foi a revolucionária de ontem”. A atividade abordou assuntos que ainda são tabus na sociedade moderna como ansiedade, preconceito e abuso contra as mulheres, além de muita música e roda de conversa com os participantes.
Para Leonardo de Castro, um dos organizadores do evento, o principal aprendizado foi a valorização da comunicação coerente e coesa em um trabalho em grupo. “Precisamos nos unir para fazermos pesquisa de mercado (observando preços e descontos para a compra de materiais), como ser mais empático ao se colocar no lugar e entender outros tipos de pessoas”, explica.
Revitalizando Vidas
Uma nova cara para a Praça do Papa, no Jardim Paulistano, foi o projeto do Revitalizando Vidas. Entre 12 e 20 de outubro o grupo revitalizou o espaço com pintura, manutenção e melhorias do parquinho, além de plantio de árvores.
Após muito trabalho, em 20/11, a equipe fez uma grande festa para celebrar a reinauguração do local com direito a pula-pula, pipoca, picolés e apresentação de capoeira.
De acordo com Marcela Martins, membro do Revitalizando Vidas, o projeto foi um sucesso, mas dificuldades também apareceram. “O principal desafio foi o tempo que tínhamos para realizar a revitalização, pois não é fácil esse tipo de tarefa, pois diversos imprevistos aconteceram”, diz.
“Com o projeto incrível aprendemos que podemos sim, mudar a nossa comunidade e o quanto é gratificante o sorriso e o agradecimento das pessoas. Conhecemos a vizinhança e criamos um vínculo muito afetivo com alguns membros que nos auxiliaram e foram ajudados. A nossa ação não para por aqui”, comenta Marcela.
Grupo APA – Ansiedade Precisa de Atenção
A adolescência é uma fase bem agitada. São muitas perguntas para poucas respostas. Para ajudar os jovens da Escola Estadual Eugênia Vilhena de Morais foi criado o Grupo APA – Ansiedade Precisa de Atenção.
O projeto é baseado no transtorno de ansiedade. A equipe promoveu em 16 e 17 de outubro, rodas de conversa para discussão e reflexão sobre o tema.
“Durante o ensino médio muitos jovens sofrem com ansiedade. Achamos importante abordar o assunto para ajudarmos as pessoas a se abrirem. Muitas vezes não há apoio de colegas e familiares. Com a atividade, mostramos que existe orientação profissional para tratar o transtorno ou pelo menos amenizar o desconforto”, explica Marlon Cristian Santos Leôncio, integrante da iniciativa.
Os encontros abordaram “O que é ansiedade”, “Como identificar a ansiedade” e “Como amenizar a ansiedade”. “A ideia surgiu após uma pessoa do nosso grupo dizer que sofria com o transtorno. Com isso, escolhemos trabalhar o tema e foi uma experiência incrível. Alunos que não se sentiam bem, abriram seus corações após as conversas, Foi algo muito gratificante”, finaliza Leôncio.
Cara a Cara
Desmistificar estereótipos foi o objetivo do Cara a Cara. Por meio de uma dinâmica com os alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Eugênia Vilhena de Morais, em 18 de outubro (sexta-feira).
Durante a atividade foram mostradas imagens de pessoas que fazem parte de uma minoria da sociedade. Com algumas sugestões feitas pelo grupo, os participantes tiveram que adivinhar a profissão que a pessoa exerce.
“A dinâmica foi desenvolvida porque mesmo no século XXI, ainda vivemos em uma sociedade repleta de preconceitos. O intuito de fazer com que os jovens reflitam um pouco sobre o prejulgamento imposto foi alcançado. Desmistificamos o conceito de que aparência é tudo”, celebra Lucas dos Santos Guimarães, um dos idealizadores.
Projeto do Bem
Música, brincadeiras, pintura facial, cachorro quente, suco e muita alegria são itens que as crianças adoram. Pensando em levar algo diferente aos assistidos da Creche Alvorada foi elaborado o Projeto do Bem. Na tarde de 18/10, os jovens do Grupo se dedicaram à atividade em celebração ao Dia das Crianças, comemorado em 12/10.
“Para o projeto acontecer, a equipe arrecadou dinheiro com a venda de rifas de uma cesta de chocolates. Desenvolvemos a ideia com o propósito de contribuir de alguma forma com as crianças carentes, levando esperança e felicidade”, explica Ellen de Souza, membro do Projeto do Bem.
Segundo Ellen, existiam projetos voltados para casas de adoção e de idosos, e nenhum para as crianças das creches. “A instituição foi escolhida por meio de indicação de amigos que conheciam o trabalho do espaço. O nosso principal desafio foi organizar a agenda de todos os membros do grupo. No começo, não tínhamos noção de que o Projete engloba e, hoje, graças ao nosso comprometimento e aos ensinamentos que tivemos, conseguimos fazer acontecer”, finaliza.
Dia do Sorriso na Casa do Vovô
Com o propósito de oferecer atenção aos idosos foi criado o Dia do Sorriso na Casa do Vovô. Em 12 de outubro (sexta-feira), o grupo levou diversão, lazer e mantimentos aos moradores da casa.
“A equipe levantou que muitos residentes não têm atenção da família. Então decidimos levar, pelo menos por um dia, um pouco de carinho aos “vovôs e vovós”, diz Ana Laura Viana, integrante do projeto.
Segundo Ana Laura, o principal desafio foi a arrecadação. “No começo não sabíamos como fazer, depois, organizamos e colocamos caixas para arrecadar mantimentos nas empresas parceiras do Projete e, assim, levamos muitos alimentos para a instituição”, explica.
“O principal aprendizado foi como trabalhar em grupo e, principalmente, sair da ‘bolha’ e olhar o próximo”, termina Ana Laura.
Educando a Mente
Ações voltadas à educação e à saúde emocional foram o foco do Educando a Mente, em 19 de outubro (sábado), na AABB. A iniciativa surgiu após a mentoria “Brainstorm”. O projeto foi uma divertida viagem ao tempo com uma intervenção teatral e com o propósito de despertar os sentimentos dos estudantes, dos pais e de todos os presentes.
A intenção do “Educando a Mente” foi conscientizar os pais e responsáveis sobre o valor da educação e a importância da estabilidade emocional e da autonomia do estudante, principalmente nos períodos de vestibular e de escolha profissional. A iniciativa contou com palestra e dinâmica surpresa relacionadas ao tema para os convidados.
Segundo Sandra Santos, uma das idealizadoras do Educando a Mente, o aprendizado foi indescritível e marcante. “Uma verdadeira lição sobre empatia e resiliência para lidar com os altos e baixos do desenvolvimento da ação. Foi lindo ver o brilho nos olhos dos presentes e, inclusive, nos nossos também. Com toda a certeza do mundo levaremos esse projeto lindo para a vida toda”, explica.
“Nós dividimos a ação em basicamente três momentos: teatro – para que o público se identificasse com os personagens; o segundo, uma palestra com a psicóloga Juliana Fernandes para elucidar sobre o assunto e, no último momento, realizamos uma dinâmica para as pessoas vivenciarem os temas que foram tratados no espetáculo. O público passava por um túnel interativo e presenciava sentimentos de medo, tristeza, raiva, ansiedade e alegria”, finaliza Sandra.